sábado, 22 de setembro de 2012

Periodo Contemporâneo


 
Segue um pequeno trecho do Livro Armas em Punho e rosas pelo chão, para apreciação
 
 
 
 
 
 
 
Quando entrei no trem comecei a reparar em tudo, por ser minha primeira viagem aqui em Nova York, rumo a esta metrópole, o trem de subúrbio, a cada minuto adentrava uma pessoa diferente. Até chegar a uma estação uma das vinte que esperaria até chegar ao destino, entrou um homem, aquele que seguia, aquele que procurava a tanto tempo, eu e Shepard, que logo fez um sinal afirmativo de que era ele, não é um homem é um rapaz, não consigo identificar sua idade, um cara muito estranho, altura mediana, magro, cabelos ruivos e compridos, os olhos fundos e tristes, mas de um semblante muito bonito.

Logo neste primeiro instante me chamou a atenção, inconscientemente ele percebeu e olhou pra mim, e fiz o mesmo, ficamos alguns segundos a nos observar. Surpresa, percebi que nunca sentira algo assim antes, dou um suspiro, e uma vida inteira se passa diante a mim e a ele. De repente o trem para em uma estação escura e deserta e quando estava prestes a fechar as portas ele pega com força em minha mão e me tira sem nada me dizer do trem, e o mais impressionante de toda esta história é que me deixei ir, e ouvi uma voz dentro de meu ser dizendo que fosse com ele.

Imediatamente Shepard, meu secretário que estava comigo levanta e grita pela janela desesperado, mas infelizmente ou felizmente eu não o escuto por causa do ruído ensurdecedor do trem.

Olho mais uma vez em seus olhos de um azul glacial e dou um sorriso, e ele começou a dar uma gargalhada:

_Sou um cara realmente louco, há há há.

           Não digo nada e apenas o observo. Nós nos beijamos pelo impulso do amor inesperado e que chega em horas que a gente não espera.      Esta muito frio, talvez por estarmos no outono, e não há luz alguma, apenas um vazio de concreto a nossa volta e a luz da lua iluminando. Começamos a seguir a linha do trem, involuntariamente meus dentes começaram a bater com o frio, ele tirou sua jaqueta de couro e me esquentou, à séculos não me sentia tão bem e completa.

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