Carta a minha mãe
Quis visitar-te o anônimo jazigo
Em que a humildade em paz se nos revela,
Contemplo a cruz, antiga sentinela
Erguida ao lado de um cipreste amigo.
Busco a memória e vejo-te comigo;
Estamos sob o verde de aquarela,
Teu sorriso na túnica singela
É a luz brilhante neste doce abrigo.
Recordo o ouro, Mãe, que não quiseste,
Subindo para os sóis do Lar Celeste
Para ensinar as trilhas da ascensão...
Venho falar-te, em prece enternecida
Do amor imenso que me deste à vida,
Nas saudades sem fim do coração.
Auta de Souza
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